quinta-feira, 26 de abril de 2012

Indústria pede ações para ampliar competitividade do setor

Diogo Xavier
Tadeu Morais (representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), Carlos Eduardo Fernandez da Silveira (representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA), dep. Sebastião Rocha (presidente da comissão),  Flávio Castelo Branco (representante da Confederação Nacional da Indústria- CNI)
Na audiência, debatedores avaliaram a evolução dos indicadores da indústria brasileira.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) pediu nesta terça-feira uma política industrial definitiva para resolver os problemas de competitividade do setor. De acordo com CNI, mais de 20% dos produtos industrializados consumidos no Brasil são importados. Ao participar de audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público que discutiu a desindustrialização do País, o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, afirmou que a falta de competitividade da indústria brasileira fez a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) cair pela metade em cerca de 20 anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria de transformação representou 14,6% do PIB em 2011, quando apresentou variação de apenas 0,1% em relação ao ano anterior. A indústria de transformação atingiu sua maior participação no PIB em 1985, com 27,2%. Castelo Branco atribui os problemas da indústria a questões macroeconômicas e estruturais. "Se corrigirmos essas distorções de competitividade – que têm origem tributária, de crédito, nos juros, no câmbio, na logística, na qualificação de mão de obra, entre outras –, vamos ter uma equação de custos eficiente, competitiva”, disse. “O industrial não vai precisar sair daqui e levar a fábrica para China, produzir lá e trazer pra cá. Se está fazendo isso é porque temos uma distorção”, continuou o dirigente da CNI. O diretor de Estudos Setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Eduardo da Silveira, disse que medidas como o Plano Brasil Maior, de estímulo à indústria, não resolvem o problema. “A política macroeconômica – câmbio e juros – tem sido um pouco perversa para indústria, mas há sinais de mudança”, afirmou. “Acho também que não devemos temer nem o tema da desindustrialização, nem o tema do protecionismo”, disse Silveira, ressaltando que todos os países formas de proteção do mercado e da produção local.

Queda no emprego

O presidente da Comissão de Trabalho, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), disse durante a audiência que se preocupa com a queda de empregos na indústria. Ele prometeu apoio as propostas que incentivem o setor e a retomada do crescimento. Ainda segundo o IBGE, em fevereiro último o emprego industrial apresentou variação negativa de 0,7% em relação ao mesmo mês de 2011. Foi o quinto resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.
Da reportagem
Edição - Ralph Machado

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