segunda-feira, 28 de maio de 2012

Gilvam Borges


Contendas
 
Já diz a boa e velha sabedoria popular: Onde dois brigam um terceiro fatalmente leva vantagem. Estima-se que este terceiro geralmente é um fomentador ou um expectador do acaso; observando o desenrolar dos fatos e tentando a toda maneira pelo menos minimizar impactos mais estrondosos durante uma contenda como a que se vê atualmente. No desdobramento do conflito, o expectador até se propõe indiretamente a estimular as outras partes a chegarem a um consenso, mesmo sabendo que pode de alguma forma também ter algumas feridas ao tentar desapartar dos querelantes. Sabemos bem que historicamente as brigas e todas as guerras e todos os tipos de desentendimento advém de fatores bem conhecidos do tratado da guerra: O primeiro e mais pungente é sempre o fator econômico e pela briga do monopólio do poder que dele emana. Em seguida a inveja e o ciúme, que na sua maioria levam aos extremos de Caim e Abel. E por fim as não menos importantes as incompatibilidades de gênios, personalidades e de valores afins. Isso leva às situações em que no mundo politico em que o cenário amapaense está enquadrado; temos consequências gravíssimas por que a partir das contendas estabelecidas entre o legislativo e o executivo isso se espraia e contamina as outras esferas do poder, criando um clima tenso de muita apreensão. Fato prova que no momento em que o chefe do legislativo sobe as escadarias do palácio governamental e ali após muita didática e chávenas de muita camomila e marcela, propõe um entendimento e um acordo entre as partes e em seguida volta e desce as escadarias e anuncia uma possível aliança eleitoral politica, que sinalizaria uma paz almejada e um embrião de que houve uma conversa produtiva. Mas que no terceiro cantar do galo, este mesmo líder junto com outros lideres tem suas casas cercadas pela policia civil, como se fosse um estouro as bocas do morro em alguma favela dominada pelo tráfico. Com o intuito visível de achincalhar moralmente o antes promotor do fim da guerra. Isso caracteriza a perda total de credibilidade da figura do governador, que deveria ter toda a confiança que é de praxe ao governante. O governo não pode falhar na busca das soluções e na pacificação dos problemas que geram entrave ante as dificuldades da maquina administrativa. Deve sim buscar sempre o consenso, mesmo que por luta, seu intuito deve ser a paz. Isso se estende a todos os setores da vida, não só na politica, mas na família, na escola, no local de trabalho e também nos sindicatos como a questão das greves. As mesmas que são deflagradas e que seus lideres já sabem que, mesmo buscando um diálogo ao direito pleiteado, sabem também que devem sentar à mesa de negociações extremamente desconfiados, pois na linha de atuação deste governo, se um acordo ocorrer, já se sabe de antemão que é a praxe que ele não o cumprirá como tem feito todas às outras vezes. E isso repercute em todos os outros setores como o do comércio, da indústria e demais segmentos da economia do estado do Amapá. Que vai de fornecedores, de prestadores de serviços em geral que perambulam pelos cantos das secretarias cobrando acordos e os contratos não são cumpridos e muito menos quitados. Quando há um distanciamento disso, ha um desmoronamento da própria autoridade do gestor estadual, por que a autoridade está constituída justamente na confiança estabelecida dentro dos parâmetros da boa administração. Seja ele quem for, seja o promotor, o deputado, o juiz, o governador a autoridade sindical ou de quaisquer setores da sociedade. Nós observamos com muita apreensão a perda e o desmantelamento da autoridade governamental justamente por estes fatos que estão ocorrendo e que estamos acompanhando com preocupação, pois isso nos dá uma descredibilidade generalizada já que o Amapá avança na sua estrutura, na sua malha viária e com as hidrelétricas que já estão em construção. Imaginem um governo que não tem condições de fazer propostas críveis para atrair investimentos geradores de emprego e renda. Essa inaptidão é vista e avaliada negativamente pelos grupos econômicos que decidem investir em um estado como o nosso. Mas quando há uma crise política o comportamento do líder é o primeiro a ser avaliado, pois onde não há segurança, não há investimento.

Gilvam Borges é ex-senador e, como se autointitula, “líder do governo paralelo no Amapá”

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