segunda-feira, 25 de junho de 2012

A CPI apontou até onde a corrupção pode ir

Em seu primeiro mandato como senador pelo Amapá, Randolfe Rodrigues (PSOL) tem chamado a atenção pelas posturas firmes –e críticas– emanadas no plenário e nas comissões. Partiram dele, por exemplo, manifestações pela cassação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO),acusado de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Suplente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)que investiga as relações do bicheiro com agentes públicos, tem sido procurado constantemente para dar opiniões sobre o andamento das apurações, sobre as quais ele revelou frustrações em entrevista a O Estado em Campo Grande, antes da convenção municipal do PSOL. Randolfe defende, por exemplo, que o foco da CPI não seja mais Cachoeira. “ O negócio do Sr. Carlos Cachoeira é a contravenção, que rendeu para ele R$ 11 milhões em 11meses. Nesses mesmos 11 meses, a Delta transferiu para as empresas laranjas do Sr. Carlos Cachoeira, notadamente a Alberto & Pantona, a Bravo e a JM, R$ 40 milhões ou mais. Ou seja, a contravenção é um aspecto mínimo do que a CPI tem de investigar”, sintetizou, em protesto ao fato de que a CPI ter se recusado a convocar nomes como o de Fernando Cavendish, responsável pela Delta – apontada como responsável por abastecer o esquema de Cachoeira– e ao ex-diretor geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, que acusara PT e PSDB de fazerem “caixa dois” por meio de obras e contatos com empreiteiras. Ambos acabaram “poupados” pela CPI. Randolfe, porém, afirma que um grupo de congressistas,insatisfeitos com o “medo” dos membros da comissão em seguir adiante com as apurações, sob pena de atingirem aliados, traça estratégias para tomar os depoimentos que julga necessários. E cobra a sociedade para que acompanhe e pressione pelas investigações, sob pena de sérios prejuízos para o Estado Democrático de Direito.

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