terça-feira, 10 de julho de 2012

Senadores homenageiam Dom Eugenio Sales

Os senadores prestaram homenagem, nesta terça-feira (10), a Dom Eugenio Sales, cardeal emérito do Rio de Janeiro que morreu na noite passada, vítima de um infarto enquanto dormia, aos 91 anos.

Primeiro a discursar, o presidente do Senado, José Sarney, destacou a dedicação de uma vida inteira de Dom Eugênio à Igreja e ao próximo, sempre exercitando a bondade. Sarney afirmou que Dom Eugênio, de quem foi contemporâneo, foi “um homem excepcional, que Deus pôs a serviço de sua causa no mundo”.
- Morre com Dom Eugenio um dos maiores homens da Igreja no Brasil, em todos os tempos. Ele era um homem que pautou a sua vida pela sua coragem, pela sua firmeza de princípios e pela sua dedicação – declarou o senador.
Sarney disse que desde o início da vida eclesiástica de Dom Eugenio, já se destacava a sua forte preocupação social. Foi um dos criadores das Comunidades Eclesiais de Base e da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica. No Rio de Janeiro, lembrou o senador, formou uma equipe que levou adiante o Banco da Providência e criou programas como o centro de atendimento a pessoas com Aids, a Pastoral Carcerária e o Núcleo de Formação de Líderes do Sumaré.
Mas a atuação do cardeal é especialmente marcada pela acolhida corajosa de refugiados políticos latino-americanos, abrigando-os mesmo no Palácio São Joaquim, sede episcopal. Ajudava-os também a obter asilo político, recordou Sarney.
- Foi sempre firme na defesa dos direitos humanos, onde sua posição de absoluta isenção política lhe dava grande autoridade – afirmou Sarney.

Voto de Pesar

O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) apresentou requerimento de voto de pesar pela morte de Dom Eugênio Salles. Emocionado, ele se disse amigo do religioso, de quem disse que era “um homem de Deus na Terra”. José Agripino (DEM-RN) também lembrou as relações pessoais de sua família com Dom Eugênio, de quem seu pai era amigo. O senador afirmou que o religioso foi um homem muito à frente do seu tempo e, ainda na década de 1950, fez com que a igreja do Rio Grande do Norte onde nasceu, deixasse a sacristia para cuidar dos pobres no campo e nas ruas. Dom Eugênio Sales criou no estado uma estação de ensino a distância, um modelo de sucesso do que seria hoje um assentamento rural e se antecipou no tempo, reunindo bispos, no que se tornaria posteriormente a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil. Agripino também mencionou o trabalho de Dom Eugênio na proteção aos perseguidos políticos. Além de tudo, era próximo do Papa João Paulo II.
- É um amigo pessoal que eu perco e é um homem que a Igreja precisa reverenciar como um dos seus arautos, arauto da modernidade, da sinceridade, da ação positiva, do espírito público, da coragem cívica, enfim, um elenco de qualidades que só Dom Eugenio Sales pode reunir – disse.
O líder do governo no Congresso, Eduardo Braga (PMDB-AM), manifestou profundos sentimentos pela morte de Dom Eugênio Sales e reafirmou seu respeito à obra de pastor que desenvolveu o religioso nas últimas três décadas, e que marcará para sempre a história e a atuação da Igreja Católica no Brasil. Braga também mencionou a nota oficial divulgada pela presidente Dilma Rousseff. No documento, a presidente diz que, na trajetória do cardeal, a preocupação social sempre esteve associada ao trabalho eclesiástico.
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) também prestou sua homenagem ao religioso. Para o senador, Dom Eugênio foi um divisor de águas para a nova geração católica no Brasil. Seu trabalho permitiu reviver a Igreja, por meio das Comunidades Eclesiais de Base e das pastorais, com a saída do templo para a convivência com a sociedade.
- Fica a dor, o pesar, a saudade desse enorme brasileiro que foi Dom Eugenio Salles – declarou.
Também se manifestaram lamentando a morte do cardeal os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ), Romero Jucá (PMDB-RR), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Aloysio Nunes (PSDB-SP).

Agência Senado

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