segunda-feira, 16 de julho de 2012

A situação do Comércio Exterior do Amapá

Por Charles Chelala

As exportações do Amapá foram as que mais cresceram no Brasil no ano de 2011, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, apresentando uma evolução superior a 70% em relação ao ano anterior. Entretanto, no ano em curso o desempenho da nossa balança comercial não deverá repetir os excelentes números do ano passado, apesar de permanecerem bastante satisfatórios. Segundo a mesma fonte, no primeiro semestre de 2012, o Amapá exportou aproximadamente 250 milhões de dólares, o que representa uma queda de 4,45% em relação a 2011, quando exportamos mais de US$ 260 milhões. Os principais produtos embarcados no Amapá são o minério de ferro, com 93% da pauta de exportação; seguido das madeiras em estilhas, mais comumente conhecidas como “cavaco”, que atingem 4,5% das exportações do Estado e, como terceiro grupo de mercadorias exportadas encontram-se as polpas e preparados de açaí, com 1,8% do total. A queda das exportações do Estado pode ser atribuída ao fato de que, no primeiro semestre do presente ano, não tenha sido registrado nenhum embarque de minério de cromo, até então terceiro item da nossa pauta e que teve vendas para o exterior nos seis primeiros meses de 2011 no valor de 10,5 milhões de dólares, praticamente a mesma diferença a menor observada no montante global exportado em igual período deste ano de 2012. Se as exportações do Amapá “patinaram”, comportamento diverso é constatado nas importações, que aumentaram em 228% no primeiro semestre, alcançando a cifra de 67,5 milhões de dólares, quase igual a tudo o que comprou do exterior no ano inteiro de 2011. Mais interessante que o valor em dólares importados, cabe analisar o tipo de mercadoria que estamos internalizando no Amapá. Comumente nossa pauta de importações era composta majoritariamente por bens de consumo, inclusive foi dominada por iates de luxo que são aqui desembaraçados, além de outras mercadorias que se aproveitam dos incentivos da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana. Pois bem, em 2012 observa-se predomínio de importação de bens de capital, o que aponta para ampliação da capacidade produtiva e exportadora do Estado para os próximos anos. A principal empresa importadora é a sucessora da MPBA, que deve iniciar em breve a exploração de ouro em Pedra Branca do Amapari, e que importou 27,5 milhões de dólares em equipamentos, o que corresponde a 40% do total. A segunda colocada é a principal produtora de minério de ferro, que também comprou insumos e equipamentos do exterior no montante de US$ 8,8 milhões (13%). No terceiro posto está o conjunto de maquinários para a nova fábrica de cavacos, os quais já ingressaram no valor superior a US$ 7 milhões, ou 10% do total importado. Só a partir do quarto lugar surgem as importações de outros itens de consumo. O ano de 2012 caracteriza-se por profundas incertezas, principalmente por conta da crise europeia. Para o Amapá, apesar do recuo nas exportações no primeiro semestre, a análise das importações leva a crer que esta queda não se manterá nos próximos períodos, uma vez que os investimentos das empresas exportadoras sinalizam para ampliação e até certa diversificação na pauta comercializada com o exterior.

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