terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cartas à imprensa



Data:17.09.12
Veículo:O Povo

Inácio Arruda: "Não temos nenhuma ligação com Sarney!"

O candidato do PCdoB à Prefeitura de Fortaleza, Inácio Arruda, afirmou que não tem "nenhuma ligação" com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), apesar de sido favorável ao arquivamente de uma série de denúncias contra o peemedebista, entre elas a de realizar atos secretos. Ele alegou que na época a oposição estava tentando desestabilizar o Governo do então presidente Lula. "Não temos nenhuma ligação com Sarney!".

Inácio Arruda afirmou ainda que o PCdoB é um dos únicos partidos que faz oposição a Sarney no Maranhão."Quem enfrentou o Sarney fomos nós".

O candidato esta sendo entrevistado nesta segunda-feira (17) por uma equipe de jornalistas do O POVO, na série A Hora da Verdade.

Ele também se negou a informar como votou em relação ao processo de cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que em 2007 presidia o Senado e foi acusado, entre outros ato, de realizar lobby na Casa. "Voto é secreto!".

A série a Hora da Verdade é um projeto do O POVO, com transmissão simultânea pela rádio O POVO-CBN (AM 1010) e pelo portal O POVO Online. O público pode participar e enviar perguntas através do telefone 3066.4030 ou do email vocefazopovo@opovo.com.br.

ESCLARECIMENTO
Em referência à matéria Inácio Arruda: “Não temos nenhuma ligação com Sarney!"

Senhor Editor,

Em referência à matéria Inácio Arruda: “Não temos nenhuma ligação com Sarney!", publicada no sítio do jornal O Povo, em 17 de setembro de 2012, esclarecemos que todas as denuncias sobre atos secretos feitas contra o Presidente do Senado Federal, senador José Sarney, não tinham fundamento.

Esclarecemos que os atos não publicados foram identificados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), contratada pelo próprio presidente Sarney para elaborar projeto de reestruturação administrativa do Senado.

Por decisão de José Sarney, inquérito foi aberto para apurar as irregularidades dos atos não publicados e os responsáveis foram devidamente punidos.

Com relação às demais denúncias apresentadas ao Conselho de Ética, todas inverídicas e inconsistentes, após conclusão das investigações, a verdade foi restabelecida e o colegiado arquivou todas as representações feitas contra o Presidente do Senado.

Fernando Cesar Mesquita
Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal
Data:10.09.12
Veículo:Estado de S.Paulo

Briga de siglas por igrejas é palmo a palmo

Roldão Arruda

No maior colégio eleitoral do País, a corrida dos candidatos atrás do apoio de igrejas evangélicas é um dos fenômenos que mais chamam a atenção nas eleições municipais deste ano. O apoio religioso tem sido disputado palmo a palmo.

Na avaliação de especialistas, o fenômeno não é novo. A novidade está na exacerbação, no nível municipal, de um processo que já dura 25 anos na cena política nacional.

"O ingresso organizado dos pentecostais e neopentecostais na política ocorre na segunda metade da década de 1980, na Constituinte. Foi quando ficou evidente seu interesse pela política partidária, ávidos por recursos públicos, emissoras de rádio e TV, barganhas e alianças com candidatos, partidos e governantes", observa o sociólogo Ricardo Mariano, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. "Eles ajudaram José Sarney a estender seu mandato para cinco anos em troca de concessões na área de comunicação. Em seguida deram apoio maciço a Fernando Collor de Mello no segundo turno das eleições de 1989, contra a candidatura lulopetista. Eles demonizaram o Lula e o PT, dizendo que iria tolher a liberdade religiosa, fechar os templos evangélicos."

De lá para cá, segundo o estudioso, houve um constante processo de "instrumentalização recíproca", no qual as igrejas negociam apoio político em troca do atendimento de suas reivindicações, aumentando seu poder midiático e político a cada ano. Em 2010, a debandada de eleitores evangélicos da candidatura de Dilma Rousseff (PT), da qual se dizia ser favorável ao aborto, foi fator decisivo para levar a eleição para o segundo turno.

Crescimento. Paralelamente, verificou-se enorme trânsito de pessoas entre as religiões, com o crescimento do pentecostalismo. Em uma década, entre 2000 e 2010, o total de católicos caiu de 73,6% para 64,6% em relação à população, ao mesmo tempo que a participação pentecostal subiu de 15,4% para 22,2%.

"Eles já representam quase um quarto da população. Não há mais como desprezar esse conjunto do eleitorado", diz Mariano. "Lula percebeu isso em 2002 e durante os seus dois mandatos tratou sempre de negociar com os evangélicos, ampliando o espaço deles na política. Em São Paulo, porém, a campanha de Haddad parece ter demorado muito tempo para compreender que era preciso jogar esse jogo.

"Na avaliação da socióloga Maria das Dores Campos Machado, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a busca do apoio de líderes evangélicos deve-se à influência que eles têm sobre os eleitores que vão aos seus templos. "A base social dessas igrejas é recrutada entre pessoas de baixo nível de escolaridade, que definem seu voto a partir do que ouvem nos círculos mais próximos", analisa.

Outro fator que é levado em consideração, segundo a socióloga, é o uso do templos para a apresentação dos candidatos aos eleitores. "Antigamente, especialmente nas pequenas cidades, a apresentação ocorria nos comícios. Hoje as igrejas constituem um espaço muito valorizado de concentração de pessoas. Elas se tornaram celeiros de votos." O sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, da área de Ciências da Religião da PUC de Minas Gerais, também atribui à decadência dos partidos o aumento da influência evangélica: "À medida que os partidos perdem identidade e se torna mais difícil distinguir as diferenças entre os candidatos, as igrejas acabam ocupando o lugar da legenda eleitoral. Nesse cenário, a indicação do vigário ou do pastor acaba tendo um peso maior.

"Carismáticos. Não são apenas os evangélicos que atraem partidos e candidatos. O crescimento evangélico provocou uma reação católica, especialmente da ala conservadora carismática, que também investiu na chamada "instrumentalização recíproca" e conseguiu ampliar suas redes de rádio e TV.

"Uma vez que o Vaticano proíbe padres de se candidatarem, os carismáticos estimulam leigos a se lançarem na política", diz Mariano. "Em São Paulo, o bispo Fernando Figueiredo, ligado ao padre Marcelo Rossi, criou um curso de formação política.

Segundo Maria das Dores, os conservadores fazem o que a ala progressista da Igreja fazia décadas atrás, quando ajudou o PT a nascer e estimulou o voto em seus candidatos.

ESCLARECIMENTO
Ao contrário do que afirma o sociólogo Ricardo Mariano na matéria "Apoio religioso é disputado palmo a palmo"

Ao jornal Estado de S.Paulo,

Senhor Editor,

Ao contrário do que afirma o sociólogo Ricardo Mariano na matéria "Apoio religioso é disputado palmo a palmo", o mandato do presidente Sarney não foi estendido para cinco anos, mas encurtado para cinco, por sua própria iniciativa. Quando o presidente José Sarney assumiu o governo em 1985, o mandato presidencial era de seis anos. Prova disso é que o seu antecessor, o General Figueiredo governou o país entre 1979 e 1985.

Improcede a afirmação de que o governo Sarney teria usado concessões da área de comunicação como instrumento político. É preciso rever essa questão que, repetidas vezes, é tida como verdade até para estudiosos bem preparados como o professor Ricardo Mariano. Sugerimos que façam uma pesquisa sobre o número de concessões na área de comunicação em cada governo democrático. Não foi o Governo Sarney que mais fez concessões.

Vale frisar ainda que a afinidade do presidente Sarney com grupos religiosos não tem a ver com a política, é questão de fé.


Fernando Cesar Mesquita
Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal

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