terça-feira, 23 de outubro de 2012

Cartas à Imprensa


Data:22.10.12
Veículo:Estadão

Colegas de exílio defendem Dirceu

... (Flávio) Tavares, porém não poupa o amigo: “Dirceu é um homem corajoso, valoroso, mas entrou na política e, ao fazê-lo, assumiu todos os vícios graves inerentes a partidocracia, da qual os maiores nomes são Paulo Maluf, Roberto Jefferson, José Sarney, Fernando Collor...

Presidência do Senado
Ao Estadão: histórico da atuação do senador Sarney na luta por democracia


Senhor Editor,


É compreensível que ex-presos políticos, durante o regime militar, façam a defesa de ex-companheiros de luta armada contra o regime militar e de exílio, mas o jornalista Flávio Tavares, em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, na edição de hoje, parece desconhecer que o então senador José Sarney, em 1979, foi o relator da medida constitucional que revogou todos os atos discricionários, baixados pelo regime militar, entre os quais se incluía o AI-5 e teve participação ativa nas gestões que resultaram na Lei da Anistia, em 1979. 



Sarney sempre eleito pelo voto direto, apesar de ter construído uma boa parte de sua carreira política nos anos de maior endurecimento do regime militar, inclusive durante a vigência do AI-5. Era uma época de mandatos biônicos,  governadores nomeados e de desrespeito as liberdades individuais. Como político, Sarney sempre defendeu a vocação dos brasileiros à democracia, ao dialogo e à liberdade.  São princípios que Sarney teve a oportunidade de consolidar quando, com a morte de Tancredo Neves, assumiu a Presidência da República e realizou a transição democrática no País.



Entre as suas primeiras ações, destacam-se a legalização de todos os partidos políticos, a promoção da liberdade sindical e o fim da censura prévia. Convocou a Assembléia Nacional Constituinte, que redigiu a nova Constituição em clima de total liberdade. Definida por Ulysses Guimarães como a “Constituição Cidadã”, a nova Carta garantiu eleições diretas para os legislativos e chefes de executivos municipal, estadual e federal, e ampliou os direitos sociais e civis.


Foi governador, deputado e senador pelo Maranhão, presidente da República, senador do Amapá por três mandatos consecutivos, presidente do Senado  por quatro vezes. Sempre eleito em mais de 57 anos de vida pública, sem nunca ter tido qualquer impugnação ou recurso na Justiça Eleitoral. No Congresso Nacional – Câmara e Senado -, nunca foi objeto de qualquer envolvimento em Comissões de Inquérito ou desvio de conduta. Nunca esteve envolvido em casos de corrupção ou tenha sido alvo de processos por improbidade. Fazer referência ou insinuar quaisquer envolvimentos do senador José Sarney com atos ilícitos ou impróprios a uma político é, no mínimo, deselegante para não se dizer ultrajante.


Fernando Cesar Mesquita

Diretor da Secretaria Comunicação Social do Senado Federal


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