terça-feira, 30 de outubro de 2012

CPI deve ir à Amazônia investigar denúncias de turismo sexual

Luis Macedo
Dep. Liliam Sá (PR-RJ)
A deputada Lilian de Sá disse haver indícios de oferta de pacotes turísticos associados a sexo
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes deve ir à Amazônia averiguar denúncias do envolvimento de agencias de turismo, motéis e barcos privados na oferta de sexo com menores em território brasileiro. A CPI também deve visitar áreas indígenas para investigar denúncias envolvendo a exploração de crianças índias. A presidente da Comissão, deputada Erika Kokay (PT-DF), não ficou satisfeita com as explicações dadas pela Marinha e pela Amazonastur, estatal responsável pelo fomento ao turismo no estado do Amazonas, em audiência realizada nesta terça-feira (30). “Nós temos uma série de denúncias, algumas já comprovadas, de associação do turismo de pesca à exploração sexual de crianças e adolescentes. Não estamos dizendo que é todo o turismo, não é isso”, disse. A deputada disse que a comissão vai a Manaus e deve convocar o vereador Elias Emanuel (PSB), que fez as denúncias, foi convidado para explica-las à CPI, mas disse que não poderia comparecer por estar fazendo sua prestação de contas eleitoral. A relatora da CPI, deputada Lilian de Sá (PSDB-RJ) afirmou haver indícios de que estão sendo oferecidos, nos Estados Unidos, pacotes turísticos para americanos virem ao Brasil fazer sexo com menores. 


Campanhas 

Uma das diretoras da Amazonastur, Luciana Vieira de Souza, responsável pela fiscalização de estabelecimentos turísticos, disse à CPI que não tem dados sobre exploração sexual no estado, e que embora haja denúncias, elas são localizadas e ocorrem à margem do turismo oficial. No entanto, a empresa faz, segundo Luciana, campanhas constantes para esclarecer a população e os empresários do setor de turismo de forma a diminuir o problema. O capitão dos portos da Amazônia Ocidental da Marinha do Brasil, Paulo César Machado, disse que a Capitania fiscalizou mais de 21 mil embarcações neste ano e não encontrou indícios de crime. Mas ele ressaltou que, além de não ser competência da Marinha combater esse tipo de crime, a exploração sexual de crianças e adolescentes é difícil de ser identificada. “Nosso pessoal não é preparado para identificar esse tipo de crime, que não é fácil de perceber em fiscalizações de rotina. Mas estamos preparados para apoiar qualquer órgão que tenha esse conhecimento e mesmo para ajudar a fiscalizar a saída desses barcos de turismo”, disse. A ida de integrantes da CPI à Amazônia ainda não tem data definida, mas a expectativa é que ocorra ainda neste ano.

Reportagem - Marcello Larcher
Edição - Rachel Librelon

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