segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Cardozo, Rosemary e Adams no Congresso


Oposição quer ouvir no Senado o ministro da Justiça, o advogado-geral da União e a principal envolvida na Operação Porto Seguro, da PF – Rosemary Nóvoa Noronha

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encabeça a lista de possíveis convocados pelo Senado para prestar esclarecimentos sobre o esquema de uma organização criminosa infiltrada em órgãos públicos revelado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. Também fazem parte da relação de eventuais convocados o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e a ex-chefe de Gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Nóvoa Noronha, demitida no sábado (24) por ordem da presidente Dilma Rousseff. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) decidiu protocolar hoje, na Comissão de Constituição e Justiça, pedido para convocar Cardozo. Simon argumenta que o ministro deve detalhar a operação da PF e explicar medidas do governo na área. “O ministro, aliás, deveria se oferecer para falar”, ressaltou. A assessoria do Ministério da Justiça destacou que Cardozo só irá ao Congresso se for convocado. Já o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) vai pedir à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para ouvir Rosemary e Adams. Rodrigues diz que a convocação de Rosemary é o primeiro passo para o Senado entender a dimensão do caso envolvendo a Presidência da República. Ele argumenta que o advogado-geral deve esclarecer sobre a atuação no esquema do advogado da AGU José Weber Holanda Alves, “auxiliar direto” de Adams. O senador também pedirá à PF cópia dos autos do inquérito que não estão em segredo.
Simon avalia que o escândalo no escritório da Presidência em São Paulo é “grave demais” pois ocorreu na “alma do governo”. Ele diz, no entanto, que o Congresso não tem condições no momento de propor uma CPI para investigar o caso. “Seria muita coragem e cara de pau (do Congresso) pedir CPI depois do vexame da comissão do Cachoeira”, disse, referindo-se ao relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI criada para investigar os negócios do contraventor Carlos Augusto Ramos, que pediu o indiciamento de adversários do governo e deixou de fora aliados envolvidos com o bicheiro. “E depois, nesse caso do Gabinete da Presidência em São Paulo, o governo já tomou medidas a médio prazo, como a demissão de pessoas indiciadas. Vamos deixá-lo agir.” Simon defende o fechamento do escritório da Presidência em São Paulo. “O gabinete tem mais cheiro de lobby do que qualquer outra coisa. O espaço foi criado por comodismo do ex-presidente Lula, que morava e mora em São Paulo. Sob qualquer ângulo, é incompreensível o seu funcionamento”, diz.

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