terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Randolfe: país é contra tirar poder de investigação do Ministério Público



PEC que está na Câmara dos Deputados retira de procuradores direito de realizar investigações; senador disse que aprovação da proposta transformaria o Brasil num “paraíso da impunidade”

Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) criticou a proposta de emenda à Constituição (PEC 37/11 na Câmara) que retira os poderes investigativos do Ministério Público. O senador leu, em Plenário, a íntegra de nota oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que defende a atuação do Ministério Público.
— Essa manifestação da CNBB só demonstra o quanto é clara a oposição que tem a sociedade brasileira a essa famigerada proposta de emenda à Constituição, que lamentavelmente avança na Câmara dos Deputados. É uma PEC da insensatez — afirmou.
No documento, a CNBB destaca a atuação do MP no combate à corrupção:
“A importância do ­Ministério Público em diversas investigações essenciais ao interesse da coletividade é fundamental para o combate eficaz da ­impunidade que grassa no país. Não se deve, portanto, privar a sociedade brasileira de nenhum instrumento ou órgão cuja missão precípua seja a de garantir ­transparência no
trato com a coisa pública e segurança ao povo. A PEC é danosa ao interesse do povo, devendo ser, por isso, ­rejeitada.”
Para Randolfe, caso a PEC vire realidade, o Brasil poderia se tornar “um verdadeiro paraíso da impunidade”. Ele citou como exemplo da relevância do Ministério Público para o Brasil a investigação de procuradores que ajudou a desvendar o esquema criminoso capitaneado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.
— Essa PEC avança contra toda a lógica mundial do estado democrático de direito e ofende a Constituição de 1988 — disse.
Em aparte, Pedro Taques (PDT-MT) apoiou o pronunciamento do colega.

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